terça-feira, 29 de abril de 2008

Nossos heróis

Enquanto em 1968 as diversas comunidades no mundo identificavam modificações necessárias para transformar conceitos e atitudes, como se livrar da repressão das ditaduras governamentais, das prisões conceituais de sexualidade, conduta moral, preconceitos raciais, e modos sistemáticos de vida...
Antes daquela época, tudo acontecia precedido de formatos. A sociedade era temerosa, e se rendia a vida tradicional. Mas em 1968, esses conceitos foram questionados e diversos rebeldes destacados em uma geração revolucionária, tanto na política, quanto nas artes, na música, nos comportamentos, quanto nos conceitos, na moda, no mercado... 1968 marcou a política com os protestos da Guerra do Vietnã por todo o mundo, da democracia na Tchecoeslováquia que durou um primavera em Praga e da radicalidade estudantil no Brasil. Nos comportamentos, acompanhamos, ou melhor, meus pais, os maiores de 50, acompanharam, à queima de sutiãs pelo movimento feminista, a liberdade ao sexo sem culpa, com a ajuda da pílula anticoncepcional, a experimentação livre das drogas e da realidade psicodélica. Nas artes, a explosão tropicalista, o lançamento do segundo Lp do Pink Floyd - Saucerful of Secrets entre outras criações escreveram um livro de consulta para as subsequentes gerações. Me questiono no seguinte sentido: em 1968, todas as transformações plantadas na terra da sociedade, eram ações resultantes da opressão, e da estagnação das formas de viver. Os jovens se rebelaram no que antes ninguém havia feito. Os músicos e artistas revolucionaram à tal forma, nunca encontrada. Os conceitos foram modificados porque houve necessidade de mudança, como no caso dos homossexuais, dos negros e das feministas. Hoje, usufruímos de todas as batalhas dos rebeldes antigos. Vivemos em uma sociedade que diante de tantas novidades se confunde nas condutas de moral e racional e emocional e por ai vai. Criamos e desconcideramos os mesmos conceitos. Lutamos por impor novos formatos e nem sabemos ao certo que bandeira é defendida.
Novidades nas artes e música encontramos, que também foram auxiliadas pelos novos meios, sistemas, cordas, materiais, texturas, encontradas com a evolução de lá pra cá. E ao mesmo tempo, criamos o ridículo, a final o mundo globalizado tem espaço pra todos. Percebo que nesse caso é como na minha casa. Sou o filho mais velho e lutei pelo meu espaço e pelo valor da minha opinião. Hoje vejo o meu irmão mais novo lutar menos pra conquistar coisas que eu havia lutado muito. Natural. Antes, os grupos revolucionários tinham aura, lutavam por algo que fazia parte deles. Hoje, noto um modismo, nos gritos de rebeldia. Percebo que nossa geração não encontra meios de revolucionar. Talvez por falta de criatividade, talvez por falta de liderança, ou mesmo por que já revolucionaram demais e não sobrou nada pra nós. Ou ainda posso estar analisando uma era que merece ser vista daqui a 10, 15 anos e lá destacar os transformadores contemporâneos.
As revoluções sociais acompanham as descobertas que foram feitas no decorrer da história. Não tínhamos o telefone, ai um belo dia inventaram. Hoje, existe uma industria de tecnologia, para desenvolver o que já é usual. poucas são as grandes novidades que mudaram o sentido da vida em sociedade. A última foi o computador e comunicação. A vida é melhor hoje em dia, temos mais empregos, mais oportunidades, de estudo, de aprendizados, entre outros. Mais acesso à cultura, às artes, à moda, ao que é vivido em outras sociedades e que nos inspiram. Enquanto 1968 ainda acontece na aura das transformações que vivemos hoje, 2008 é uma pseudo confirmação de que as revoluções surtiram efeito, não só de 1968, mas de todos os marcos que contribuíram para uma evolução dos seres e coisas.
Porque não criamos mais heróis revolucionários como antigamente?

Um comentário:

Igor Spinola disse...

www.nellspinola.blogspot.com

Muito boa a sua informação.
Vou mostrar minha mãe.....
Vamos divulgar mais esse seu blog cara......

Abraçãoooooooooooo............